Olhando aqui pras paredes e pro silêncio de casa, cheguei a conclusão de que vou enlouquecer...
Olho pra trás não vejo nada... Pra frente todos evoluindo e eu no caminho... Vazia, oca, com uma grande dor do nada me consumindo...
Sem saída, num escuro, com um grito no vão... Sem saída...
Uma dor imensa que me consome, dor de arrependimento, dor de impotência, dor de fraqueza, dor da loucura
Será a loucura da mente vazia, do coração vazio ou da vida vazia? Vida essa que fingi por tanto tempo preencher com tantas coisas fantasiosas e que sumiram no primeiro evaporar...
Me sinto atormentada, vendo as pessoas, o tempo correr, o barulho dos carros na avenida e eu aqui estacionada... A sensação que tenho é de estar atada a mim mesma, amarrada por cordas grossas que minha mente parece não querer arrebentar...
E ao remexer no baú de lembranças não consigo encontrar a causa, o por que de ter me tornado isso... Esse quenion
Me deixei levar, nem percebi que me perdia nessa correria, nessa futilidade sem fim, nesse nada que nos ronda como um rodamoinho louco pra engolir os desatentos...
Cá estou, escrevendo de dentro do olho do furacão que se tornou minha mente... Mergulhada na tristeza, agonia, arrependimento, só me restou o eco da minha gargalhada que hoje, nem fazendo força não consigo ecoar mais...
Ainda tentando achar a causa, abrindo as caixinhas empoeiradas cheias de boas lembranças, procurando o momento em que me perdi nesse dia triste, olhando pela janela... Um dia nublado, carros passando, silêncio e lágrimas que insistem em me rolar pela face...